segunda-feira, 23 de novembro de 2009

HÁ DIAS DIFÍCEIS DE SEREM VENCIDOS....



Há dias escuros em que as nuvens insistem em impedir o sol de brilhar...
Há dias sem nuvens...onde o sol parece querer castigar-nos com seu fulgor...
Há dias chuvosos...com raios trovões e solidão...
Há dias de tempestades...com ventos impetuosos que no tentam derrubar...
São dias de tribulação
São dias de provação
São dias difíceis de ser vencidos...
Mas o meus Deus, em cujo nome eu tenho crido...
Há de fazer-me vencedor
Jesus venceu a morte...
E em Seu nome vencerei os dias difíceis...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Aprendendo com a dor dos outros II

Ás vezes quando estou um pouco atribulada, eu tento tirar lição de alguns casos que vivenciei enquanto educadora. Essa semana lembrei-me do caso de três irmãos, na época eles tinham respectivamente 7,8 e 10 anos. Constantemente estavam em um dos maiores e mais movimentados cruzamentos de Fortaleza, o interessante é que eles colhiam algumas margaridas no jardim do parque e ofereciam às motoristas enquanto pediam trocado, esse gesto de gentileza comovia bastante o coração das mulheres que acabavam cedendo e dando os trocados que eles pediam. Eram uns garotos maravilhosos, atenciosos, educados e sempre nos atendiam quando falávamos com eles. Certo dia o mais velho estava chorando e tentei entender o motivo procurando falar com ele gentilmente. Não me disse nada por isso resolvi ir até sua residência conversar com a família, e encontrei sua mãe com quem iniciei uma entrevista, Pois uma das partes do nosso trabalho era exatamente essa: fazer visita domiciliar e investigar a situação sócio econômica da família. Era necessário entender o motivo porque as crianças estavam na rua, pois isso as colocava em situação de risco. Não me lembro o nome dela, mas a aparência era de uma mulher muito sofrida, que não me olhava enquanto falava, e permanecia de cabeça baixa. Percebi uns riscos nas paredes e ao perguntar o motivo, ela disse que o marido quando estava bêbado ameaçava tanto ela quanto os filhos com uma faca e os riscos na parede era ele afiando a ponta da faca. Tentamos ajudar essa família da melhor forma possível, para manter a integridade das crianças que não possuíam histórico de envolvimento com drogas e era exatamente isso que queríamos evitar. Mantivemos contato por algum tempo, levávamos os garotos ao Circo-Escola, conversávamos bastante com eles procurando dar o máximo de atenção principalmente por o fato de eles estarem constantemente nas ruas, queríamos o resgate de volta ao convívio familiar. Como eles moravam em comunidade construída em terreno invadido, o local foi desapropriado e todas as famílias remanejadas para casa cedidas pelo governo do estado em bairros diferentes foram então que perdemos o contato, mas no ano passado cerca de oito anos depois encontrei um dos garotos, já com dezenove anos, muito diferente da criança que conheci na verdade foi ele quem me reconheceu, contou-me muita coisa boa sobre sua vida principalmente a parte do resgate das drogas, está casado tem um filho pequeno, vive bem com a família, tem uma profissão, fiquei orgulhosa, pois de certa forma me senti participante da construção de sua identidade na infância, mas quando ele me falou dos outros fiquei triste, pois um deles foi morto pela polícia após assalto e o outro era pai de três crianças, mas residia em um barraco em situação de muita precariedade e sua esposa tem tuberculose. logicamente de tanto passar necessidade, trabalha como flanelinha próximo à area onde eu estava trabalhando, tentei contato com ele mas não conseguí, infelizmente não deu para fazer outras tentativas pois pouco tempo depois eu saí do projeto e perdí o contato com as pessoas que conhecem o assunto, mas essa é umas das histórias que conhecí e não esquecí.

sábado, 7 de novembro de 2009

Um dia desses...uma mensagem toca o coração


Estava ouvindo um pastor pregar e ele falou o seguinte: "Você está aqui hoje, certamente porque um dia alguém orou por você", imediatamente pensei: como alguém orou por mim, se na minha família ninguém conhecia o Evangelho? Se praticamente a primeira pessoa a conhecer o Senhor Jesus na minha casa fui eu mesma? Na mesma hora meu pensamento foi cortado pela imagem de outro pregador, outra mensagem que dizia: "trazendo à memória aquilo que nos dá esperança" e lembrei: quando eu tinha 10 anos de idade, tive um sonho com Jesus onde Ele estava separado de mim por uma cerca de arame farpado. No sonho Ele me dizia que as pessoas o crucificavam todos os dias quando negavam o seu amor... engraçado faz tanto tempo e nunca conseguí esquecer ou entender aquele sonho até ouvir essa pregação, porque lembrei que após o sonho pela manhã, foi um rapaz lá em casa tentar pregar o Evangelho pra minha família e de repente todos fugiram, só eu fiquei pra dar atenção. Llembro que ele me deu uma cópia do salmo 23, que eu guardei como uma relíquia e depois tentei mostrar para minha professora toda contente, pois afinal um trecho da Bíblia Sagrada deveria ser uma coisa muito importante, mas ela simplesmente ignorou... Hoje me passou imediatamente pela cabeça a imagem de todas as vezes que alguém tentou falar de Jesus pra mim, foi como se Deus estivesse respondendo a minha pergunta. Entendi que foram aquelas pessoas de tanto tempo atrás que oraram por mim e 18 anos depois o Espírito do Senhor conseguiu abrir meus olhos e tocar meu coração...

Mensagem para uma pessoa especial...



A vida não é perfeita,
Se fosse não teriamos oportunidade de crescer...
Momentos ruins nos aproximam de Deus
Nos fazem além de maduros, mais fortes.
As flores murcham,
Mas nascem sempre outras mais belas aindas e no mesmo galho...
O Mar se agita, mas depois se acalma...
É sempre assim...
A vida constantemente nos surpreende de maneira inesperada;
Coisas que nos acontecem hoje de surpresa e não entendemos o porque;
Certamente tem uma razão de ser e entenderemos depois...
Quando Deus permite que alguma coisa nos seja roubada;
É porque Ele tem algo muito melhor pra nos presentear...
Quando uma porta se fecha Ele abre uma janela...
Depois de uma noite tempestuosa
tem sempre um belo amanhã para podermos contemplar...

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Assim compete à mulher cristã...

Ter um pouco de Rebeca,
que não se omitiu,
mas ofereceu água aos camelos de Abraão.

Ser atraente como Raquel,
por quem Jacó se dispôs a pagar
catorze anos de árduo trabalho.

Batalhar como Débora
em defesa do seu povo.

Esperar como Noemi,
que achou conforto depois de
ter bebido as águas da aflição
em terras estranhas.

Brilhar como Rute,
que nos campos de Boaz
dignificou o trabalho e soube servir.

Orar como Ana, crendo que Deus
ouve e atende as nossas petições.

Sofrer como Vasti, que preferiu perder o trono
a perder a sua dignidade e boa reputação.

Servir como Marta, que ofereceu
a melhor hospitalidade pra Jesus.

Doar como Dorcas, que usou seus talentos
para agasalhar os pobres e necessitados.

Ensinar como Lóide, que encheu
a mente e o coração de Timóteo
da letra e do Espírito das Sagradas Escrituras,
tornando-o sábio para a salvação.

Adorar e trabalhar como Lídia,
que abriu o coração ao Senhor,
e o seu lar aos primeiros missionários
no Continente Europeu.

Vivamos, pois, a fé dentro de nossos lares,
nossas igrejas e na sociedade, confiantes
que o mesmo Deus que nos comissionou,
nos capacitará para a tarefa solene de nossos dias
e nos envolverá com o Seu Espírito.

Desconheço o autor

Canção do Exilio


"Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá."

Gonçalves Dias

Aprendí com o tempo

Aprendí com o próprio tempo que ele é implacável, e não deixa de seguir seu curso simplesmente porque paramos no meio do caminho...
Aprendí que as oportunidades não devem nunca ser desperdiçadas, pois elas podem passar e nunca mais voltar...
Aprendí que sou dona dos meus sonhos e que ninguém tem o direito de planejá-los por mim sem que eu permita
Aprendí que as decisões que tomamos no presente podem afetar e muito o nosso futuro
Aprendí que amigos verdadeiros, são como jóias: raros, mas não tão difícil de encontrar.
Aprendí que nem toda pessoa que me abraça e me sorrí, é meu amigo...mas posso amá-la, mesmo assim pois somos obra do mesmo criador...
Aprendí que podemos escolher as sementes que iremos plantar, mas nunca sabemos se estamos preparados para a colheita
Aprendí que há tanta coisa a aprender nesse caminho que se chama vida...
E principalmente: aprendí a agradecer a Deus pelo simples fato de despertar pela manhã e descobrir que ainda estou viva para continuar aprendendo....

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais um episódio ocorrido enquanto trabalhava: Lembro de já ter rodado bastante a procura de um endereço, estava quase desistindo e voltando para o carro quando uma criança chegou correndo e gritando para eu esperar. Quando se aproximou ela perguntou qual era o nome da pessoa na ficha que eu tinha na mão, respondi, e ela me apontou a casa que no momento estava fechada, o que estranhei pois havia gente em seu interior e já eram 11:00 da manhã, a menina falou que era sua tia. Batí na porta e uma senhora muito jovem veio me atender entre alegre e desesperada, fiquei olhando pra ela tentando entender sua reação, estava com uma criança no colo que devia ter uns 12 meses de vida, comecei a fazer a entrevista de praxe, ela me disse que estava desesperada pois tinhas três filhos e era sozinha pra cuidar de todos, falou ainda que não tinha nada em casa para alimentá-los e havia comprado uma corda com a qual pretendia enforcar-se, mas no momento que estava arrumando atrás da porta eu cheguei. Confesso que fiquei chocada com a revelação, mas respirei aliviada por entender que se aquela menina não tivesse me encontrado antes que eu fosse embora, talvez quando retornasse para tentar a visita novamente encontraria a noticia do suicídio daquela mulher. Essa foi mais uma experiência que serviu pra reforçar a certeza no meu coração de que meu trabalho secular era também uma missão que Deus havia colocado em minhas mãos para fazer diferença na vida de pessoas como essa, pois depois que saí de sua residência pude articular junto aos orgãos competentes uma ajuda para ela, que alguns anos depois me agradeceu muito e isso me deixou bastante feliz.

A dor de se perder alguém...

De repente estavas aquí
E como um raio cortando o céu
Tua vida foi roubada
Vi-te inerte Lívido....
Desfigurado...
Silêncio cortante...
Onde antes eram só risos...
Agora só lágrimas...
A vida fugindo,
Espalhando se na terra;

No final da tarde
misturava-se ao ocaso
Céu de vermelho
E a dor gritante
Calada na alma Lágrimas...
E um grito de socorro.
Grito silencioso
Estampado no olhar de quem te amava
Ninguém ouviu...
Tantos sonhos

tantos projetos
Tantos amigos
Agora só vazio
E a lembrança da tua existência
...

Mensagem criada por ocasião do falecimento de meu primo Francisco Antônio, que foi morto de forma irresponsável por um policial que encontrava-se de folga e embriagado portando uma arma, tentando fazer pose perante as mulheres que o acompanhavam. Francisco morreu uma semana antes de completar 19 anos. Nunca foi usuário de drogas, não era farrista, nem baderneiro, ao contrário, era bastante tímido, mas teve a infelicidade de estar no lugar errado na hora errada e na mira de um irresponsável, que com certeza continua na rua fardado e ninguém imagina que seja um assassino...

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

A vida é uma surpresa a cada dia

Participamos de muitos treinamentos e capacitações para lidar com o público, com o qual estavamos trabalhando, mas nenhuma teoria supera a prática. Quando você depara com uma criança ou adolescente na esquina ou em um semáforo praticando mendicância, a primeira reação geralmente é de medo, eu confesso que era uma clientela que me causava medo até me deparar com a realidade de cada um. Lembro-me de um garoto que conhecí em frente à igreja da Sé, isso faz muito tempo, ao contrário dos outros que também estavam praticando mendicância no local, ele se mostrou sempre arredio e revoltado com a nossa presença. Com muito jeito e tempo, conseguí uma aproximação, foi ai que entendí o motivo de sua revolta, ele sabia que estávamos no local pra encaminhá-los para casa e conversar com seus pais, e era exatamente isso que não queria que acontecesse. Aos poucos contou que seus pais haviam se separado e sua mãe estava recentemente com um companheiro que além de não aceitá-lo, a maltratava, tendo o hábito de tornar-se violento quando estava alcoolizado. Como não sabia o paradeiro do pai acabou fungindo e estava morando na rua e sobrevivendo da mendicância. Percebemos que ele ainda estava livre de envolvimento com entorpecentes, mas sabíamos que se permanecesse nas ruas, logo estaria cheirando cola e a mercê dos traficantes. A situação foi apresentada aos órgãos competentes, infelizmente na época, não pude acompanhar o desenrolar do caso, mas nunca mais encontrei o garoto praticando mendicância. A surpresa pra mim nessa situação foi entender o fato de que na maioria das vezes quando alguém reage agressivamente contra a gente sem que haja motivo aparente, ou está tentando chamar atenção ou está pedindo socorro.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A dor alheia às vezes nos faz crescer...

Em 1996, eu estava desempregada, e um amigo, muito querido por sinal, me deu a oportunidade de trabalhar em um projeto com crianças de ruas, no momentto fiquei empolgada, afinal estava conseguindo um emprego, fui, preenchi um cadastro, voltei pra casa e esquecí...nesse mesmo tempo uma amiga me indicou pra trabalhar com um cliente, da empresa onde ela trabalhava. Deu certo, comecei de imediato...Três meses depois fui chamada para entrevista na instituição, devo confessar que o salário era muito atrativo, mas o fato de lidar com "trombadinhas", esse era o meu pensamento na época, me apavorou fiquei um pouco em "parafuso" mas enfim, larguei o emprego aonde estava e começei nessa instituição. O primeiro dia foi para fazer visita às familias de algumas crianças que já haviam sido cadastradas na rua...sinceramente? comecei a ver uma realidade que até então não sabia que existia, de chegar em uma casa, familia com 10 crianças pequenas, um casebre recostado com madeiras pra não desabar, e nada pra se alimentar, restando a opção da mendicância...Foi aí que comecei a amadurecer, passei 13 anos no projeto e amadurecí bastante com essa experiência que eu não gostaria de deixar esquecida....