sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Mais um episódio ocorrido enquanto trabalhava: Lembro de já ter rodado bastante a procura de um endereço, estava quase desistindo e voltando para o carro quando uma criança chegou correndo e gritando para eu esperar. Quando se aproximou ela perguntou qual era o nome da pessoa na ficha que eu tinha na mão, respondi, e ela me apontou a casa que no momento estava fechada, o que estranhei pois havia gente em seu interior e já eram 11:00 da manhã, a menina falou que era sua tia. Batí na porta e uma senhora muito jovem veio me atender entre alegre e desesperada, fiquei olhando pra ela tentando entender sua reação, estava com uma criança no colo que devia ter uns 12 meses de vida, comecei a fazer a entrevista de praxe, ela me disse que estava desesperada pois tinhas três filhos e era sozinha pra cuidar de todos, falou ainda que não tinha nada em casa para alimentá-los e havia comprado uma corda com a qual pretendia enforcar-se, mas no momento que estava arrumando atrás da porta eu cheguei. Confesso que fiquei chocada com a revelação, mas respirei aliviada por entender que se aquela menina não tivesse me encontrado antes que eu fosse embora, talvez quando retornasse para tentar a visita novamente encontraria a noticia do suicídio daquela mulher. Essa foi mais uma experiência que serviu pra reforçar a certeza no meu coração de que meu trabalho secular era também uma missão que Deus havia colocado em minhas mãos para fazer diferença na vida de pessoas como essa, pois depois que saí de sua residência pude articular junto aos orgãos competentes uma ajuda para ela, que alguns anos depois me agradeceu muito e isso me deixou bastante feliz.

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