terça-feira, 1 de março de 2011
Esposa de chinês preso ganhador do Nobel se diz 'refém'
O caso do ativista chinês ganhador do prêmio Nobel da Paz de 2010 que causou indignação internacional, ganha mais um agravante. Sua esposa, Liu Xia é mantida refém em sua própria casa, causando uma desesperadora situação como ela declarou na última semana segundo a associação ChinaAid.
A declaração é tida como seu primeiro contato com o mundo exterior em quatro meses, segundo um amigo próximo que conversou online.
Após o anúncio de outubro, onde informaram que seu marido tinha ganhado o prêmio, Liu Xia não conseguiu mais ter contato com nenhuma pessoa. Inicialmente, pensou-se em prisão domiciliar na residência do casal localizada em Pequim, mas acredita-se que ela esteja presa na casa de seus pais.
Em sua declaração, a chinesa se diz infeliz e acrescenta: "Ninguém pode me ajudar.”
Na conversa pela internet, Liu Xia pediu ao contato que não ficasse online, “caso contrário, toda a minha família estará em perigo." Quando perguntaram se estava em casa, a resposta foi positiva, seguida da informação de que "minha família inteira é refém."
"É tão angustiante, não paro de chorar. Ninguém pode me ajudar..."
A conversa foi cessada para que não houvesse danos a ela ou sua família, informando que existe um apoio a eles.
Liu Xiaobo cumpre uma sentença de 11 anos por incitar a subversão do poder do Estado através da coautoria da Carta 08, que é um alerta para reformas democráticas, além de outros ensaios publicados online.
No ano passado, na cerimônia de entrega do Nobel, o autor foi representado por uma cadeira vazia, já que nenhum representante da sua família pode comparecer.
Desde então, sua esposa foi colocada em prisão domiciliar. Embora toda a comunicação tenha sido cortada, ela foi capaz de visitar seu esposo na prisão uma vez.
Citando os casos de Liu Xia, o desaparecimento do advogado Gao Zhisheng e a prisão domiciliar após a liberdade do ativista jurídico Chen Guangcheng, grupos de direitos humanos temem que as autoridades se utilizem cada vez mais de métodos ilegais para silenciar vozes indesejadas.
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