sexta-feira, 8 de outubro de 2010

CARTA ABERTA A DONA MARINA/ por Osmann de Oliveira

Curitiba, 7 de outubro de 2010.
Marina.
O seu nome já foi canção e poesia nas cordas do violão e na voz de Dorival Caymi.
A sua disposição de lutar, na vida pública, pelos seus ideais calou fundo na sociedade.
A enxurrada de votos que você obteve no último pleito não foi, somente, protesto. Foi muito mais. Foi a certeza de que o seu discurso, simples e sem afetação, sem arrogância e sem prepotência, serviu para dizer ao Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que a República não é facção e que prestígio não se transfere como se muda de carro ou de vestuário.
Hoje, Marina, você está sendo observada. As más línguas assoalham que você não irá resistir aos assédios do Presidente Lula o qual, com o talão de decretos e a caneta cheia de tintas, irá fazer de tudo e de todos, um caminho fácil para a obtenção do seu apoio à candidata que tirou do bolso do colete para impingi-la ao eleitorado. Passou uma borracha no passado da mesma, desceu da sua cadeira de Chefe da Nação, subiu nos palanques armados, abraçou adversários, agasalhou-se à sombra dos miliardários, enalteceu os lucros dos banqueiros e com estes acochambrou-se sob o pretexto de que, ganhando bastante, não correriam o risco de quebrar e de conseqüência não pediriam dinheiro algum ao Banco Central. Boa filosofia. Pena que não tenha feito o mesmo com os empresários grandes ou pequenos, que suam para pagar impostos e taxas escorchantes criadas em gabinetes e discutidas ao derredor de copos de “wiskies” ou de jantares e almoços em locais reservados.
Marina, morena Marina, como consta da canção, você é bonita como Deus a fez, não traia a esperança das pessoas que acreditaram e acreditam no seu presente. Não pinte esse rosto que eu e todos gostamos. Lembre-se de que a sua força conquistada nas urnas deve ser mantida. Lembre-se do Mercadante que renunciou à liderança, no Senado Federal, saiu atirando para todos os lados, mirou o governo que ajudou a eleger, denunciou escândalos, mas depois, candidamente voltou à casa de Lula e acabou sendo derrotado, fragorosamente, na sua intenção se eleger em São Paulo.
O povo não tolera esse tipo de situação. Mantenha-se, portanto, no patamar em que se encontra. O seu nome, hoje, é uma bandeira e poderá solidificar-se. Não o destrua. Seja a vencedora para que ninguém a carimbe com o rótulo de oportunista. Seja a Marina e não se deixa afundar ou virar uma Submarina.
O verde do seu partido é uma esperança, que o Partido não se estraçalhe e não amarele e se transforme no azul do céu e no branco da paz.
Atenciosamente.
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OSMANN DE OLIVEIRA é Advogado e Jornalista.

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